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Flexibilidade e alongamento: Entenda o que é o Flexistretcher e como ele pode te ajudar.

Atualizado: 18 de mar. de 2019


 A técnica e o ensino da dança esta em constante evolução, como bailarinos devemos estar atentos aos novos caminhos para usar nosso corpo no limite do que é saudável sem prejudicar nossa “vida útil”. 

 Como sempre estudei  ballet clássico com mestres mais tradicionais, sou um pouco resistente ao uso de acessórios. E acredito muito da eficácia da codificação e metodologia usada a tantos anos. 

 Porém, motivada pela curiosidade de muitos leitores aqui do blog resolvi testar um produto que tem como finalidade ajudar bailarinos a melhorar sua flexibilidade; o Flexistretcher.


Após incluí-lo a algum tempo em minha rotina de alongamentos, vim contar aqui um pouco da minha experiência e observações  sobre ele. 

 O flexistretcher foi projetado por uma  bailarina, Rachel Hamrick que após encerrar sua carreira  devido a uma lesão  se certificou em ioga, pilates e eventualmente começou a dar aulas para diversas idades e níveis.

 Sua vasta experiência com o ballet, a levou a adaptar e criar programas de formação focados em melhorar a flexibilidade de seus alunos. 

 O trabalho com o flexistretcher permite simular movimentos padrões da dança ou do esporte concentrando-se  na melhoria da execução e mobilidade. Tendo um  elástico de resistência entre duas faixas de apoio, o flexistretcher aumenta a força muscular de maneira segura e produtiva. 


 Uma das primeiras coisas que pensei foi qual seria a diferença dele para a faixa elástica que já uso a bastante tempo. Um substitui  o outro, acredito que eles se complementam. 


Algumas diferenças:

Durabilidade; os materiais utilizados na fabricação fazem do flexistretcher mais resistente ou uso e ao tempo.

Ajuste; o tamanho e a forma permitem que ele possa ser usado em todo o corpo e em mais de uma parte dando sustentação e maior segurança. No arabesque por exemplo, ele ajuda muito na sustentação das costas enquanto trabalha  a elevação da perna, tornando mais fácil a manutenção da postura correta. 

Mas pra mim, o ponto alto são os encaixes para pés ou mãos de acordo com o exercício. Ele é adaptável a qualquer nível de flexibilidade, sendo assim confortável na medida certa.

Já aconteceu comigo algumas vezes do nó da faixa elástica se soltar e além do tranco no meio do movimento ainda tem a dor dela bater no rosto ou em qualquer outra parte. 

Algumas dicas úteis de  trabalho com o flexistretcher:

a) Ajuste corretamente e igualmente as cintas deslizando as faixas para cima ou para baixo através da fivela de metal  é fácil encontrar o ajuste adequado para você. É importante observar se o tamanho das faixas esta igual, para que não sinta desconforto quanto ao apoio central,  e não tenha problemas de alinhamento durante os exercícios. 

b)  No canal oficial há muitos vídeos interessantes. São um ótimo guia enquanto você se familiariza com o acessório.

c) Esteja aquecido antes de começar. Um bom  aquecimento é fundamental para alcançar maiores ganhos e claro; não se machucar.


d) Lembre-se sempre que quanto mais curtas as cintas estiverem,  mais desafiador o exercício será. Inicie com um espaço maior e vá lentamente diminuindo, para encontrar a resistência exata para você.

e) Nunca coloque qualquer parte da cinta em torno de seu pescoço.

d) Este não é um acessório para crianças ou bailarinos inexperientes, peça a opinião do seu professor ele conhece suas habilidades e possui um método especifico de ensino.

Resultados

 O flexistretcher não é uma varinha mágica e muito menos recomendado para bailarinos inexperientes. A opinião e supervisão  do seu professor é muito importante sempre. 

 Para alcançar bons resultados a frequência recomendada é de ao menos 3 vezes por semana. É o que eu tenho feito além das minhas aulas regulares, e já sinto melhoras, com o flexistretcher percebi que certas posições  que eu não conseguia realizar sozinha por falta de encaixe, equilíbrio ou força, e ele facilita. Ou seja; melhorou a até a auto-estima me ver vencendo alguns desafios rs. 


 Não deixe de ler essa última parte aqui embaixo. Achei necessário colocar algumas dicas gerais de alongamento que são úteis com ou sem o uso desse acessório. 

 -  Antes de qualquer coisa; é importante diferenciar alongamento de flexibilidade. Flexibilidade é uma capacidade física que representa a amplitude de movimento alcançada em uma articulação, enquanto alongamento são exercícios que fazemos para melhorar a flexibilidade. 

 - O treinamento da flexibilidade é uma tarefa que leva em consideração (pelo menos deveria) muitos outros fatores além a amplitude de movimento que você alcança (em outras palavras: o quanto você abre a perna). Em um estudo completo sobre flexibilidade devemos levar em consideração o que acontece no músculo e no tendão e também o nível de tolerância a dor de cada um.

 - Dependendo de como você treina sua flexibilidade antes ou depois da sua aula ou ensaio, você pode melhorar a sua flexibilidade mas diminuir a sua capacidade de saltar e de ficar em equilíbrio, por exemplo.

 - Os estudos sobre recuperação ao treinamento de flexibilidade mostram que a UMT (unidade músculo - tendão) está totalmente recuperada após 1 hora! Isso significa que você pode treinar todos os dias, ou até mais de uma vez por dia. Porém, o ideal é que esse treinamento seja feito pelo menos 1 hora antes das aulas ou ensaios ou no final antes de ir embora pra casa. O melhor é sempre ser orientado por um profissional que entende sobre todas essas influências. 

 Ficar mais que 30 segundos mantendo a mesma posição não adianta. Ficar menos que 30 segundosfunciona, mas o tempo ideal são 30 segundos.

Repetições:

Fazer o mesmo alongamento apenas 1 vez vai melhorar sua flexibilidade, mas:

2 vezes é melhor que 1 vez.

3 vezes é melhor do que 2 vezes.

4 vezes é um pouco melhor do que 3 vezes.  Porém, 5 vezes não é melhor do que 4!

Alongar-se ao 10 minutos todos os diasmais resultados que aquele aulão onde você passa duas horas “treinando” a flexibilidade e depois não consegue andar.

 Melhorar a flexibilidade é o desejo de dez entre dez bailarinos, principalmente de muitos adultos que ainda não compreendem que por mais que você faça aulas a evolução no ballet é lenta. Por isso falamos tanto em paciência e disciplina. 

 Em breve vamos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto. Vou adorar receber as dúvidas de vocês. 


Referências:

Bárbara Pessalli Marques : Bailarina e Pesquisadora em Ciências do Esporte/Treinamento físico de bailarinos

Eric Franklin -  Condicionamento Físico para dança

Grammaire de La Danse Classique

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