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Ballet sem consumo animal - Saiba mais sobre como a dança se movimenta em prol do veganismo.

Atualizado: 23 de set. de 2018


Provavelmente você já ouviu falar em veganismo. Mas você já pensou em como isso pode estar presente nas escolhas que envolvem a sua vida no ballet? 

 O veganismo é uma filosofia de vida que vem cada vez mais ganhando espaço no mundo de hoje, com a crescente conscientização das pessoas em relação a tudo que está a seu redor. Os adeptos da prática não só não consomem alimentos de origem animal, mas também buscam um estilo de vida que procura excluir toda a forma de exploração e crueldade contra os animais.

Além de várias bailarinas que já se declaram veganas ou vegetarianas, as marcas de artigos para ballet aos poucos também começam a perceber que este é um movimento que tem cada vez mais adeptos, argumentos incontestáveis e a responsabilidade de ter a arte como canal.

   Sylvie Guillem, bailarina francesa que além de ser considerada uma das melhores de todos os tempos, é vegana e ativista da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals)


“Estou mais forte do que jamais estive consumindo carne e laticínios” foi a declaração de Guillem em uma entrevista concedida no ano passado sobre sua dieta.

A bailarina foi revolucionária e percursora das atuais linhas longas e estendidas do ballet – no início de sua carreira foi chamada de “tediosa estrela francesa”, por não se adequar a tradições antigas e engessadas. No entanto, com 19 anos, depois de uma impressionante performance em O Lago dos Cisnes, Guillem tornou-se a étoile (ranking mais alto da companhia) mais jovem da história do Ballet da Ópera de Paris. Ela já apareceu no nosso site nesse artigoi: 12 Partners Inesquecíveis do ballet.  

 Desde 2006, a bailarina viu-se encantada pelo ballet contemporâneo, e fez diversas e aclamadas turnês mundiais, dançando peças de diferentes coreógrafos.

 Hoje, após decidir se aposentar dos palcos dançando a peça que lhe deu maior notoriedade, o “Boléro” de Bejart, Guillem dedica-se quase 24h à PETA e a outros projetos de caridade, especialmente em defesa das baleias, dando voz a organização Sea Shepherd. Assista aqui 

 Esta não é uma performance clássica, mas vale muito a pena pela intensidade da música e da coreografia, e especialmente para ver a força da bailarina, na época com 50 anos. 

 A jovem prodígio Juliet Doherty afirma que sentiu uma mudança incrível desde que mudou sua dieta.


“No início da carreira, me diziam ‘proteína, proteína, proteína. Mas eu me sentia letárgica e pesada”.

Para aumentar seus níveis de estamina, a bailarina decidiu mudar o cardápio, eliminando carne, e depois também laticínios e ovos. “Mesmo quando me apresento ou tenho longos dias de ensaio, sinto que ainda tenho muita energia”, diz, depois de tornar-se exclusivamente vegana.

 A disciplinada e madura bailarina já esteve no spotilight de diversas publicações, aparecendo nas revistas Teen Vogue, Dance Spirit, entre outras.


Doherty também foi protagonista de diversos ensaios do Ballerina Project NYC.

 A bailarina profissional e blogueira Saskia Gregson-Williams chamou a atenção ao desenvolver uma rede sobre nutrição natural e vegana. Seu site, Naturally Sassy, possui dicas, receitas, e ela até mesmo já lançou um livro sobre sua dieta.

 Tudo começou quando, aos 13 anos, Sassy deixou sua casa para estudar na escola do Royal Ballet em Londres, e teve de aprender a cozinhar sozinha.  Hoje com 17 anos, ela já compartilhou sua história em diversos canais de notícia ingleses.


“Tive sérios problemas de má nutrição, por causa da pressão para estar sempre magra e em forma” disse a bailarina ao Daily Mail.

 Depois de várias contusões, e de tratamentos pesados com esteroides, a jovem aprendiz decidiu radicalizar sua dieta, eliminando qualquer tipo de alimento ‘tóxico’ e inflamatório: carne, glúten, açúcar, além de qualquer outro produto de origem animal.


Gregson-Williams em campanha para a marca Pepper & Mayne e Hip & Healthy

 A bailarina também sofria de sérios eczemas na pele por anos, sem qualquer diagnóstico, e que desapareceram após a mudança em sua alimentação. “No fim, decidi tomar conta do assunto com minhas próprias mãos.” A dieta completamente natural e livre de produtos industrializados e de origem animal permite que a jovem siga a dura rotina de treino de oito horas diárias de forma saudável e proveitosa. 

 Sassy mantém o blog atualizado com receitas simples e deliciosas, e este ano mudou-se para Chicago, juntando-se ao Jeoffrey Ballet Academy. Deixamos aqui o endereço de seu site, que é impecável e contém ótimas dicas: http://www.naturallysassy.co.uk/

 Mas não precisamos ir tão longe para ter ótimos exemplos de lindas bailarinas veganas e por coincidência "Marianas". 

 

Mariana Carossa  é formada pelo Studio Corpore Sano, tendo participado em 2013 do Moscow International Competition e selecionada no mesmo ano paras as  finais do YAGP de NY. Hoje, dançando  profissionalmente passou por cias e projetos importantes como " O Quebra Nozes protagonizando "Clara" para a Cisne Negro, São Paulo Companhia de Dança, e de diversos projetos da Companhia Brasileira de Danças Clássicas! 


"Eu penso que alimentação e ballet são quase que parte um do outro, nós bailarinos temos uma atenção especial com como o nosso corpo deve se moldar e também o que ele precisa pra aguentar a potência do exercício que fazermos... E alimentação tem tudo a ver com isso!! Aí o veganismo se conecta constantemente com a minha vida de bailarina... Sempre planejo as minhas refeições pensando em incluir todos os nutrientes que precisamos - e sim; os vegetais têm tudo que você precisa pra ser forte e saudável, e ainda fazer uma atividade de alta performance e resistência. Mas para além da alimentação, o estilo de vida vegano faz com que eu me sinta mais em sintonia com um propósito, que é o mesmo que tenho quando estou dançando; trazer mais leveza e mais amor para o mundo, e tentar fazer dele um lugar melhor com a minha passagem por aqui..."



A Mariana Marzoque é bailarina amadora, muito talentosa com quem compartilho as aulas e sou prova de sua disposição, ótima forma e bom humor, também contou um pouco sobre sua escolha: 


"O veganismo despertou em mim uma preocupação com a origem de tudo que eu como, toda a cadeia de produção até chegar no meu prato. Então além de eliminar  os produtos de origem animal da minha dieta, mas também me fez reduzir a quantidade de alimentos industrializados. 
Desde então, consumo produtos mais naturais e sempre que tenho acesso, sem agrotóxicos. Descasco mais e desembalo menos. Reduzi o consumo de açúcar e gordura. Como muito mais fibras do que antes. E meu organismo respondeu muito bem: mais disposição para acordar e fazer as tarefas cotidianas, mais resistência física nas aulas, e não me lembro da última vez que fiquei doente: insônia, má digestão, dor de cabeça, febre, dor de garganta? Não me lembro da última vez que tive estas coisas."

Veganismo além das escolhas alimentares:



  Além das personalidades que aderiram ao estilo de vida, grandes marcas de sapatilhas como as americanas Capezio e Gaynor Minden, e a russa Grishko já possuem alternativas veganas em sua produção. ​


Dentre estas, a Grishko foi a primeira a oferecer modelos livres de crueldade animal, usando sola de base de celulose e cola de base não-animal e atóxica. É possível pedir a versão vegan em todos os modelos de sapatilha de meia ponta, e em alguns modelos das sapatilhas de ponta. (2007, 2007 Pro, 2007 ProFlex, Miracle, Maya, Elite Pre-Pointe, and Nova).



 A marca Gaynor Minden, uma das mais populares no mundo todo por sua tecnologia de ponta e exclusiva, passou a produzir modelos 100% veganos no final 2015, ainda que não estejam disponíveis pelo site. É preciso entrar em contato diretamente com a loja sede e fazer o pedido especial.

 A marca americana Cynthia King Ballet Slippers é pioneira na produção exclusiva de sapatilhas cruelty-free (livre de crueldade), com solas 100% sintéticas.  

 A proprietária e professora do stúdio de dança que leva seu nome, Cynthia King, vive uma vida sem crueldade animal desde os 10 anos, e não conseguia encontrar alternativas baratas e acessíveis de sapatilhas sem couro, pois mesmo as de lona muitas vezes usam pele animal na sola.


 Decidiu então, em parceria com uma fábrica de sapatilhas do Brookling em Nova York, produzir ela mesma seus calçados.

“Saber que animais tinham sofrido e morrido para que eu dançasse nunca funcionou pra mim”, declarou. 

 A atriz do seriado “Bones”, Emily Deschanel é consumidora da marca, e já a recomendou em suas redes sociais. Além dela, durante a promoção do filme “Cisne Negro”, a atriz Natalie Portman encomendou um par para uma sessão de fotos na revista Vogue, e a revista já fez mais pedidos.

As sapatilhas vão dos tamanhos infantil a adulto, nas cores rosa e preta. A loja online entrega no exterior, e é também possível adquirir as sapatilhas em lojas físicas na Austrália, no Japão, na Itália e nos Estados Unidos.



Se quiser saber mais sobre a marca, visite:

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